Completamente inspirada pelo Ariovaldo Ramos; imersa e
extasiada pelo que o amor e a graça me proporcionam, resolvi escrever isso...
“Pela graça sois salvos mediante a fé e isso é dom de Deus.”
Mas, a pergunta é: Porque precisamos ser salvos? Para
entender essa pergunta, devemos entender a graça, e para isso deve-se primeiro
entender a queda.
Paulo faz duas afirmações: A primeira em Atos 17:28 “pois
nEle vivemos, e nos movemos, e existimos. (...)”
E a segunda em Romanos 3:12 “de Deus todos se extraviaram.
(...)”
Sendo assim, tudo deveria ter deixado de existir, pois fora
de Deus não existe nada. Contudo, estamos aqui. Um fator interferiu nessa
lógica, um fator que nos faz continuar existindo, e esse fator é a graça, que rompe com a lógica dita por
Paulo.
Outro questionamento que podemos fazer é o que: Uma vez que
nada existe fora de Deus, e Ele é santo e nós pecadores; Como um Deus santo
pode carregar em si pecadores? A santidade de Deus deveria nos lançar fora da
existência. Entretanto, há uma mediação para que não haja qualquer rejeição
entre a santidade de Deus e a nossa pecaminosidade, que é o sangue de Jesus.
Com a queda, toda a criação deveria ter deixado de existir.
Seja o que for que tenha nos mantido existindo, não tem nada a ver conosco, é
dom de Deus.
Todo o universo é
sustentado pelo sacrifício do cordeiro.
Por isso o primeiro ato de Deus na existência é graça.
Ninguém deveria fazer o bem, pois todos se extraviaram de Deus, e nEle
permanece o bem.
Nós perdemos a unidade humana mas não a capacidade de
relacionamento, perdemos a confiança em Deus mas não a capacidade de se
relacionar com Ele. Então a graça proporciona que existamos e que ainda haja
algum bem em nós (Deus nos emprestou a sua bondade, e é por esta razão que
pessoas que não amam a Deus, conseguem ter algum tipo de amor por outrem); E por
um presente de Deus, não só existimos, mas existimos com qualidade.
A graça então é a disposição de Deus que manteve, mantém e
criou a criação; A queda é o resultado da livre decisão humana e a pena era que
todos deixassem de existir.
Mas então teria Deus quebrado o princípio da justiça?
Deus satisfez o princípio da justiça em Cristo Jesus. Mas...
e antes? Antes de Jesus Cristo vir, algo deveria ser feito; Antes, e ainda
antes da fundação do mundo. A graça tinha de ser antes da queda, mas a graça
não podia operar antes da justiça. Sendo assim:
A Graça vem antes da queda, e justiça antes da graça.
Jesus se sacrificou antes da fundação do mundo para que a
criação pudesse ser formada, criada, mantidas e resgatada. Pois, todas as
coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada do que foi feito poderia ter sido
feito, uma vez que as coisas subsistem nEle.
Então uma definição para graça
pode ser:
Graça é o resultado do sacrifício do cordeiro que permitiu que a
trindade criasse, mantivesse e resgatasse todas as coisas.
Essa disposição de Deus aparece
na criação, na manutenção e na salvação da criação.
E nós somos agentes da graça, e
isso tudo é fruto de um sacrifício muito anterior. O decreto do sacrifício é
tão real quanto a execução de Cristo na história.
Sendo assim, algo a se pensar, é
que toda vez que o sujeito erra, ele usa a graça de Deus contra o Deus da
graça.
Decidir contra Deus é uma
possibilidade que nos foi dada contra a graça; por isso somos indesculpáveis. A
Graça que nos salva é a mesma que nos torna indesculpáveis, uma vez que a
usamos contra Deus. Deus pela sua graça nos dá a capacidade de planejar, e nós
planejamos contra Ele, nos dá a capacidade de escolher, e nós escolhemos contra
Ele. Nos dá a capacidade de nos organizar, e nós nos organizamos contra ele.
Tendo isso em mesmo, fica claro entender que nós não temos o direito de usar
a graça de Deus contra o Deus da graça, sob nenhum motivo e sob nenhuma
motivação. E todas as vezes que nós fazemos algo contra Deus, nós usamos a
graça de Deus contra o Deus da graça.
Compreendendo a graça, não conseguiremos ser crentes
medíocres.
Antes de dizer haja luz, houve o haja cruz, e porque a
trindade disse haja cruz, valeu a pena dizer haja luz. Nós existimos na graça
de Deus.